Há uma raposa na minha escola
Lola e Olivier Dupin
Ronan Badel
Jacarandá
Tradução de Catarina Oliveira Florindo
Quando a história começa não sabemos se a raposa que o protagonista identifica é real mas aceitamos o pacto com o narrador, até porque a ilustração nos mostra o que ele vê. E partilhamos a sua estranheza perante a atitude natural dos outros face ao animal. Rapidamente a ação começa a ganhar contornos de fábula. A raposa é uma agressora. A dimensão da violência escala proporcionalmente ao medo da criança e a raposa ganha cada vez mais poder, chegando a metamorfosear-se, perante a aceitação e cumplicidade de outros. A ilustração figurativa e detalhada elege momentos vários, alguns de pré-agressão, outros de agressão e outros de pós-agressão, estabelecendo uma cumplicidade solidária com o leitor.
Sendo um álbum sobre bullying, não se deixa tentar por um discurso demasiado maniqueísta. É a perspetiva da vítima que se acompanha mas elege-se a sua coragem como mensagem para lutar contra a violência e vencer.