Editorial 1 Setembro 2022

Não deixaremos que escritores sejam calados

No passado mês de Agosto, Salman Rushdie foi alvo de um atentado em Nova Iorque momentos antes de proferir uma conferência. Durante décadas o escritor conviveu com uma “sentença de morte” proferida pela ala religiosa mais fanática no Irão por ter escrito um livro, Os Versículos Satânicos. Em resultado dessa agressão, Salman Rushdie continua hospitalizado.

No Brasil, o escritor Julián Fuks – vencedor do Prémio Literário José Saramago em 2017, pelo romance A Resistência – tem recebido ameaças, também dirigidas à sua família, por ter escrito um artigo de opinião.

São episódios que, infelizmente, se repetem ao longo da história: pessoas perseguidas pelo que dizem ou escrevem. Vozes como a de Rushdie e Fuks são essenciais para uma sociedade que tem de ser aberta, plural e inclusiva. Garantir o direito à palavra é papel não só das autoridades mas também da sociedade em termos mais amplos. A Fundação José Saramago, entidade que tem nos seus objectivos a defesa dos direitos humanos e da cultura, assume o seu papel na tarefa de lutar para que escritores e escritoras, autores e autoras façam uso da palavra da forma mais livre possível. Não deixaremos que escritores sejam calados.