Dança: atividário
Inês Fonseca Santos
André Letria
Pato Lógico
Consultoria científica de Daniel Tércio
Na sequência de Mar e Teatro, a Pato Lógico edita agora Dança, o seu terceiro atividário. Na verdade, os três volumes alimentam as sugestões de atividades das entradas informativas sobre os temas em destaque e este livro não é exceção.
Organizado alfabeticamente, como uma enciclopédia, são mais de duzentas entradas que vão ao encontro de diferentes curiosidades leitoras. Contextos históricos, tipologias de danças, figuras históricas, elementos técnicos relacionados com o movimento, nada falha. Ainda, tendo em conta a organização do atividário, as entradas não estão sujeitas a nenhuma hierarquia. Há textos maiores e outros menores, alguns que destacam elementos ou episódios mais insólitos, mas sobretudo o discurso organiza-se de modo a oferecer informação contextualizada no tempo histórico e no espaço, avançando com dados quantitativos quando é caso disso e cruzando conceitos com referências contemporâneas.
Josefine Baker, Ballets Russes, West Side Story, Kizomba, Verde Gaio, Cisne, Tchaikovsky, Tutu, Respiração, Gulbenkian, Pina Bausch, Catarina de Médicis, Aquecimento, Bowie, Valsa, Nureyev, Palco são apenas algumas das referências que merecem descrição.
Ao ler este atividário destaca-se o rigor da seleção e a coerência textual, que conferem unidade às informações no sentido de se poder construir uma breve história da Dança na cabeça de cada leitor. A liberdade de organização mental que esta leitura permite é a mesma que possibilita uma leitura parcelar do volume, guiada por vários critérios possíveis: tipos de danças contemporâneas, principais figuras da história da dança, diacronia das principais correntes estéticas, elementos técnicos relacionados com ritmo, respiração e movimento, contexto dramático (espaço, luz, figurino, narrativa, música), referências artísticas da música ou do cinema…
As atividades corroboram esta relação interdisciplinar, convidando leitores a ver filmes, videoclipes e a ouvir músicas. Mas não só, algumas atividades prendem-se também com a replicação de coreografias, com sugestões de locais a visitar noutros pontos do mundo, ou ainda de calendários de espetáculos ou festivais.
A ilustração e o grafismo dialogam com o texto, organizando-o em caixas de cor ou colunas, e legendando uma ou mais entradas com a representação de uma figura, um passo de dança, um figurino, um organograma, um objeto ou momento simbólico.
Trata-se de um livro informativo sem cedências. Por isso destina-se a muitos públicos: quer os curiosos, quer os que se iniciam ou desejam ampliar referências no universo da dança. Sejam mais novos ou mais velhos.