Estante Sara Figueiredo Costa 26 Junho 2024

A Mão Que Cura
Lina María Parra Ochoa
Dom Quixote
Tradução de Helena Pitta

Na linha de um realismo mágico que não abandona certa literatura latino-americana, mas cruzando essa herança com um novo fôlego que as letras do sul da América tem trazido à cena contemporânea, a colombiana Lina María Parra Ochoa assina um primeiro romance que inaugura várias promessas de futuro. Essas ficam para confirmar mais tarde, nos livros que vierem, mas A Mão Que Cura é já uma entrada a pés juntos nos pantanosos territórios da memória, em particular da memória familiar. Entre segredos, revelações e enfrentamentos, a história de Lina e da sua busca pelas fronteiras que lhe definem a identidade está cheia de referências fantásticas, abrindo o texto a um território onde a verosimilhança se desfaz, trocando-se pela possibilidade. O fantástico não é, no entanto, o espaço e o tempo desta narrativa, mas antes o modo possível de alcançar o seu osso, aquele que estrutura uma viagem ao passado familiar e aos modos como nos definimos sem saber o que realmente herdámos.

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