Versos dantescos sobre um wannabe ditador
Era uma vez um presidente cheio de ambição.
Sonhou ser o sempiterno
Comandante dos destinos da nação!
Bastava zelar por um governo fraterno,
Sem mexer na engrenagem,
Mantendo o esquema de propinas eterno.
O sufrágio? Uma bobagem.
Havia que convencer o povo da sua vulnerabilidade.
Toca trabalhar na sabotagem!
Surgiu com o tema da inauditabilidade,
Atacou as mais altas patentes
Fingindo lisura e responsabilidade.
As urnas foram sempre um inconveniente
Sobretudo para tonar-se ditador
Melhor ser mais divergente
“Tragam o coração do Imperador!”
Berrou aloprado:
“Um exemplo de lacrador”
O país ficou vexado
Mas o presidente se dizia:
Consagrado
Ele era o Messias
O seu governo irreprochável
(Exceto para quem não sobrevivia)
Chocalho de cascavel,
Difamou o escrutínio antes da apuração.
Bizarria desprezível
Inventando suspeição
Dias antes do pleito
Para bichar a eleição
Tudo por despeito
Pois esse wannabe ditador
nunca mais será eleito.