Uma estrela de esperança
Jane Goodall é uma das vozes que devíamos escutar quando se trata de biodiversidade, políticas ambientais e política em geral – a do governo da pólis, onde todos e todas vivemos.
Aos 88 anos, a naturalista Jane Goodall continua o seu trabalho de uma vida em prol da biodiversidade, divulgando a importância do equilíbrio entre humanos e natureza e intervindo politicamente de vários modos para que esse equilíbrio seja reposto – a bem da natureza, mas também dos humanos. No Público, Nicolau Ferreira entrevistou a mulher que viveu tantos anos entre os chimpanzés da floresta de Gombe, na Tanzânia, e que agora continua o seu trabalho a partir de casa, em Inglaterra, com a mesma determinação e lutando para que a esperança no futuro não se perca: «Vejo a nossa espécie na saída de um túnel muito comprido e escuro. No fim desse túnel, há uma pequena estrela, que é a esperança. Não podemos ficar sentados, à espera de que a esperança venha ter connosco. Temos de arregaçar as mangas, desviar-nos de todos os obstáculos que existem entre nós e a estrela. São muitos: há a pandemia, as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, há muita crueldade, a poluição, a pobreza… Mas para cada um destes problemas, há vários grupos de pessoas que estão a trabalhar para o solucionarem. A questão é que muitos deles estão a trabalhar em pequenos túneis estreitos e podem até resolver aquele problema específico, mas se não estiverem a pensar no cenário global não se apercebem de que, ao resolver aquele problema, estão a criar um ou mais problemas noutro lado. A chave é os grupos trabalharem juntos fazendo colaborações.»