
Oh, que azar, que confusão!
Michael Rosen
Helen Oxenbury
Caminho
Tradução de Ana Saldanha
Um novo álbum da dupla inglesa mundialmente conhecida pelo livro Vamos à caça do urso é uma excelente notícia que se confirma a cada página.
A estrutura é semelhante mas o universo temático bastante distinto. Trata-se, desta feita, de uma sucessão de equívocos que provocam distúrbios ao redor da criança, protagonista e narradora. De cada loja onde vai, com a intenção de comprar um produto concreto (uma cenoura, um chapéu, um casaco, uma torta, um sofá ou uma chávena), regressa com um animal embrulhado. O texto repete-se, respeitando um refrão que antecipa o infortúnio. Em simultâneo, o caminho para cada nova loja faz-se não companhia dos animais que vão chegando. O pequeno pré-leitor facilmente se relaciona com a história pela estrutura previsível de repetição e antecipação. A rima alimenta a cadência do texto que prima pelo cuidado na escolha do pouco vocabulário presente. A ilustração reforça a confusão, apresentando-a sempre com a criança a manifestar expressivamente o seu estado de espírito. O movimento dos animais também contribuem para esta dinâmica. Ritmo textual e representação figurativa sustentam a narrativa. No final, uma reviravolta traz de novo a paz a quem a perdeu, acrescentando ainda alegria e festa. Michael Rosen e Helen Oxenbury não desiludem. Continuam a ser uma referência para a primeira infância e para todos os mediadores, formais e informais.