Estante Andreia Brites 29 Dezembro 2025

Oh, que azar, que confusão!
Michael Rosen
Helen Oxenbury

Caminho
Tradução de Ana Saldanha

Um novo álbum da dupla inglesa mundialmente conhecida pelo livro Vamos à caça do urso é uma excelente notícia que se confirma a cada página.
A estrutura é semelhante mas o universo temático bastante distinto. Trata-se, desta feita, de uma sucessão de equívocos que provocam distúrbios ao redor da criança, protagonista e narradora. De cada loja onde vai, com a intenção de comprar um produto concreto (uma cenoura, um chapéu, um casaco, uma torta, um sofá ou uma chávena), regressa com um animal embrulhado. O texto repete-se, respeitando um refrão que antecipa o infortúnio. Em simultâneo, o caminho para cada nova loja faz-se não companhia dos animais que vão chegando. O pequeno pré-leitor facilmente se relaciona com a história pela estrutura previsível de repetição e antecipação. A rima alimenta a cadência do texto que prima pelo cuidado na escolha do pouco vocabulário presente. A ilustração reforça a confusão, apresentando-a sempre com a criança a manifestar expressivamente o seu estado de espírito. O movimento dos animais também contribuem para esta dinâmica. Ritmo textual e representação figurativa sustentam a narrativa. No final, uma reviravolta traz de novo a paz a quem a perdeu, acrescentando ainda alegria e festa. Michael Rosen e Helen Oxenbury não desiludem. Continuam a ser uma referência para a primeira infância e para todos os mediadores, formais e informais.

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