O laboratório de Saramago
Inaugura-se a 6 de julho, na Biblioteca Nacional de Portugal, uma exposição bibliográfica e documental que examina e celebra o percurso do escritor José Saramago e oferece ao público uma nova perspectiva sobre o método de trabalho do autor de Que farei com este livro?
Com curadoria do comissário para o Centenário, Carlos Reis, e da pesquisadora Sara Grünhagen, e pesquisa arquivística realizada pela bibliotecária Fátima Lopes, da BNP, a exposição “A oficina de Saramago” serve-se de uma rica fonte documental proveniente do acervo do escritor doado pela Fundação José Saramago à Biblioteca em 2016. O material expositivo está organizado em três eixos: “A oficina e a invenção do escritor”, “A obra em si”, e “A receção e consagração”.
Segundo os curadores, a mostra parte da premissa de que “um escritor não vem do nada”, há um trajeto longo, e muitas vezes desconhecido, anterior à publicação de um livro. “É a esse trabalho que a presente exposição procura dar destaque, facultando um acesso em muitos aspetos inédito aos bastidores da criação de José Saramago”, explicam Reis e Grünhagen, que encontraram o título da exposição numa carta de Saramago a José Rodrigues Miguéis escrita em novembro de 1960. Nela, o futuro Prémio Nobel de Literatura diz: «não só o crítico gostará de conhecer os móbeis e os bastidores da criação […]: parece-me até que o público será quem mais o apreciará, tão desacostumado está de meter o nariz na oficina do escritor».
A exposição “A Oficina de Saramago” estará patente no Sala de Exposições – Piso 2 da BNP até ao dia 8 de outubro. A Biblioteca está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 09h30 às 19h30, e aos sábados, das 09h30 às 17h30. A entrada é livre.