Até quando? Mais quantas e quantos?
Desde que iniciou a sua guerra contra o Hamas, em outubro do ano passado, o Estado de Israel matou 40 mil pessoas em Gaza. Os dados são das autoridades palestinas e transformam em número o que diariamente se vê nas imagens que nos chegam: 2% da população foi exterminada. É como se, em Portugal, 200.000 pessoas tivessem sido mortas em dez meses.
Dois terços desses 40 mil mortos são mulheres e crianças. Não há zonas seguras no território da Palestina, a comunidade internacional assiste, em direto, ao dizimar de um povo. Até quando? Mais quantos inocentes, muitos deles com poucos anos ou meses de vida, irão morrer até que se consiga pôr fim a tamanha insanidade?
Esta edição da revista Blimunda publica um texto dos escritores Laura Restrepo e Pedro Saboulard sobre o que significa para o mundo a guerra perpetrada por Israel contra os palestinos. Um excerto: «A tolerância e cumplicidade com os crimes de guerra de Israel empurram o Ocidente até ao abismo do desumano. Ao permitir-se a si mesmo o que tolerou a Israel, o Ocidente assumirá a guerra como meio e o espólio como fim. Não haverá raiva nem selvajaria que não se considerem lícitas e não sejam utilizadas em benefício próprio», lê-se no texto publicado originalmente no jornal La Jornada, do México.