As palavras que usamos
«Não temos outra coisa que palavras. Somos as palavras que usamos. A nossa vida é isso», disse José Saramago numa entrevista à jornalista Anabela Mota Ribeiro em novembro de 2008. Meses antes, o escritor esteve internado num hospital em Lanzarote, entre a vida e a morte, por causa de uma pneumonia severa. Recuperou-se, voltou a casa e terminou o livro que estava a escrever, A Viagem do Elefante.
Naquelas semanas em que José Saramago esteve hospitalizado, Pilar del Río trocava mensagens com a editora Isabel Polanco, amiga do casal que também lutava num hospital contra uma grave doença. «Colocámos um objetivo: alcançar a primavera. E conseguimos, embora Isabel tenha morrido uns dias depois e deixado um vazio imenso, nós alcançámos o nosso objetivo», recorda a presidenta da Fundação José Saramago.
Para este ano que se inicia, escolhemos como lema esta frase de José Saramago: «Somos as palavras que usamos». Esperamos usá-las – as palavras – da melhor maneira possível para, a partir delas, construirmos um 2022 que valha a pena ser vivido. Alcançaremos a primavera, ou, por outras palavras: com prudência e respeitando o que nos disserem as autoridades e especialistas em relação à pandemia, desenvolveremos neste ano o programa de atividades do Centenário de José Saramago e com ele celebraremos a cultura, que é o que nos define, sustenta e dá ânimo.
Mais do que desejar um bom ano, a mensagem que queremos deixar aos nossos leitores e leitoras é: «Saúde e força nestes próximos 365 dias».
Façamos de 2022 um grande ano!