A gaveta mágica
António Mota
Cátia Vidinhas
Asa
O tema da velhice e a inevitável perda de competências é pouco tratado nos livros infantis editados em Portugal. António Mota consegue-o neste conto com a natural simplicidade de contador de histórias que os leitores lhe reconhecem. A avó, exímia a inventar fantasias à hora de dormir, deixa de cumprir essa missão. Seja porque a memória a atraiçoa, seja porque as sinapses já não acompanham o seu desejo, o facto é que Santiago fica cada vez mais angustiado pelo esforço inglório da avó.
O problema resolve-se com a inversão de papéis, tal como tantas vezes acontece na vida. Se desde cedo o leitor souber disso, mal não fará. E a esperança, tão basilar nas narrativas infantis, não abandona o protagonista.