A Escravatura dos Nossos Tempos
Lev Tolstói
Antígona
Tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra
Os tempos do título são os de Tolstói, ali na viragem do século XIX para o XX, mas não deixa de haver um eco incómodo do que aqui se escreve neste nosso presente colectivo: «(…) o trabalhador, de qualquer modo, será sempre o escravo das pessoas que têm nas suas mãos os tributos, a terra e os bens de consumo necessários para a satisfação das necessidades do trabalhador.» (pg.55) Tolstói discute o capitalismo e as propostas socialistas, recusando tudo em nome da abolição de um trabalho servil, escravo da máquina e sempre subjugado a uma necessidade de consumo na qual não vê razão de ser, e defende um certo ideal anarquista, a organização horizontal e o fim de um consumismo que, já no seu tempo, lhe parecia absolutamente supérfluo.