Se quiseres voar
Julie Fogliano
Christian Robinson
Fábula
Tradução de Susana Cardoso Ferreira
Uma ode poética ao afeto e à segurança. Pode ser uma declaração de amor parental ou familiar. Mas resulta sobretudo num sentido de disponibilidade e atenção ao outro, aquela pessoa a quem o narrador se dirige e que é, pelas sugestões apresentadas, uma criança.
Aquilo que o narrador garante tem o mesmo nível de importância, desde o alimento para matar a fome à pedra para se lançar à água, do ritmo para uma canção ao cobertor e ao beijo de boa noite, da piada para fazer rir ao ombro para chorar. E a lógica que se inicia com o desejo de voar fecha-se com o mapa para regressar. É disso que se trata, o adulto compromete-se a dar à criança as ferramentas para que ela possa crescer, sonhar e ser livre com toda a confiança e segurança num ninho que não a abandonará e para onde sempre poderá voltar.
Se o texto funciona no seu equilíbrio e coerência, a ilustração reforça-o e universaliza-o, à imagem de outros trabalhos de Christian Robinson. Também aqui narrador e destinatário têm muitos rostos e muitos corpos em direção à universalidade.