Radiografar José Saramago
Foi uma semana que começou no Mosteiro de Yuste, em Cáceres, e terminou na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e que teve como protagonistas dezenas de académicos, escritores, jornalistas, editores e tradutores reunidos em Espanha e Portugal em dois encontros que tiveram como tema José Saramago.
Entre 27 e 29 de junho a Fundação Yuste organizou o curso de verão «Diálogos Ibéricos: Saramago, um século, um minuto», e nos dias 30 de junho e 1 de Julho, na FCG, teve lugar o colóquio internacional «Ética e Estética em José Saramago». Durante esses dias analisou-se a obra de José Saramago desde várias perspectivas, falou-se dos legados literário e humanístico deixados pelo autor de Levantado do Chão, debateu-se sobre os diálogos que estabeleceu, sobre as influências e inspirações que provoca nos artistas atuais, pensou-se sobre o futuro das palavras que o Prémio Nobel de Literatura escreveu.
Encarregado de abrir o colóquio na Gulbenkian, o Cardeal José Tolentino Mendonça escolheu a palavra «milagre» para definir José Saramago. «Não no sentido de que está fora ou acima da ordem natural, mas no sentido literal da palavra: miraculum, que significa coisa maravilhosa. A sua existência é isso, uma coisa maravilhosa».
Nesses cinco dias em que pessoas de várias áreas estiveram a radiografar José Saramago, a maravilha foi testemunhar esses encontros.