Editorial 5 Maio 2025

Que força é essa?

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força p’ra pouco dinheiro
Que força é essa? Que força é essa?

Sérgio Godinho

No mês em que se assinala o Dia do Trabalhador, a Fundação José Saramago, em pareceria com o CoLABOR (Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social), dá início a um ciclo para debater o presente e o futuro do trabalho. Até ao final do ano, especialistas sobre o assunto estarão à conversa, no auditório da FJS, em quatro encontros em serão postas sobre a mesa questões como a proliferação da Inteligência Artificial e a sua ameaça aos postos de trabalho, a precarização da força de trabalho, o trabalho e a Cultura, e a vida para além do trabalho.

O ciclo «Deitar Mãos ao Trabalho» tem início no dia 14, às 18h30, com um encontro no qual participam Rita Rodrigues Branco, António Casimiro Ferreira, Maria da Paz Campos Lima e Manuel Carvalho da Silva.

A Fundação José Saramago, por desejo do seu patrono e fundador, tem como bússola a Declaração dos Direitos Humanos. O trabalho é um direito de todos os seres humanos e é preciso garantir que ele seja realizado em condições, com respeito pela saúde, segurança e dignidade das pessoas, que devem ser remuneradas de maneira justa e digna. É preciso debater a forma como o trabalho se desenvolve hoje na sociedade contemporânea. Como escreve José Saramago em Memorial do Convento, devemos ser capazes de ganhar o pão de qualquer maneira e em qualquer lugar, «mas se é o caso de esse pão não lhe alimentar também a alma, satisfez-se o corpo, a alma padece.»