
Prémio Cidade da Paz para Mohammad Rasoulof
O realizador iraniano Mohammad Rasoulof, exilado na Europa desde 2024, é o vencedor da primeira edição do Prémio Cidade de Paz, atribuído no âmbito do 78.º Festival Internacional de Cinema de Locarno, que decorre na Suíça. Mohammad Rasoulof tem sido uma das vozes do cinema iraniano a manifestar a sua oposição ao regime de Teerão, o que lhe valeu a condenação à prisão e à flagelação pública. Fugindo para a Alemanha, o realizador pode continuar o seu trabalho cinematográfico, dando continuidade a uma carreira onde pontuam filmes como A Semente do Figo Sagrado, Manuscripts Don’t Burn ou A Man of Integrity.
O Prémio Cidade da Paz será atribuído de dois em dois anos pelo Festival de Locarno e a sua criação pretende «reforçar o papel de Locarno como símbolo de diálogo e coexistência pacífica, e para marcar o centenário dos Tratados de Locarno de 1925, um marco crucial na diplomacia europeia do século XX», como se lê em comunicado divulgado pelo festival.
O júri desta primeira edição do prémio, composto por Ruth Dreifuss, Laura Sadis, Marco Solari, Raphaël Brunschwig e Nicola Pini, escolheu Mohammad Rasoulof por ser «um notável criador de cinema poético e político, cuja obra explora com força e profundidade temas como a liberdade, a responsabilidade individual e a dignidade humana».