Por um bairro plural, livre e democrático
Em junho de 2005, José Saramago afirmava “Despertar um grande movimento na opinião pública que trave o fascismo é uma coisa possível, se as pessoas tiverem gosto em pensar que, com a sua pessoa e com a pessoa do seu vizinho se pode fazer alguma coisa.”
Passados 18 anos, e uma vez mais, as palavras de José Saramago afirmam a sua atualidade, diante da necessidade premente de fazermos despertar um grande movimento que impeça a progressão do fascismo, com as suas ideias xenófobas, racistas, anti-democráticas. No passado dia 29 de setembro, a Fundação José Saramago recebeu o lançamento do álbum ilustrado “No meu bairro”, de Lúcia Vicente e Tiago M. Esta sessão surgiu do comunicado emitido pela Fundação depois de uma anterior apresentação da obra ter sido interrompida por um grupo de pessoas que ali demonstraram a sua intolerância e a sua incapacidade para perceber o que é esta coisa de viver em liberdade.
No encontro que teve lugar na FJS afirmámos: “Cá estamos em paz e liberdade para apresentar este livro. Gostar ou não do livro é da competência dos leitores. A análise técnica será da competência dos peritos em literatura. Queremos, isso sim, que todos os bairros sejam plurais, livres, e democráticos.”
Numa sociedade que se quer plural, livre e democrática, como os bairros que queremos para todos, a liberdade para em paz se apresentar um livro nunca poderá ser posta em causa, concordemos ou não com o que ele contenha. E, para isso, poderão sempre contar connosco.