Estante Andreia Brites 24 Novembro 2021

Perdu
Richard Jones
Edicare
Tradução de Catarina Florindo

Perdu tem nome trágico que funciona para a dualidade do título. É um simpático canídeo, perdido no mundo. A pergunta que se coloca é eminentemente pragmática mas igualmente filosófica: “‘A folha pertence a algum lugar’, pensou ele. ‘Mas e eu?’” 
O álbum acompanha Perdu na sua jornada em busca de um lugar, do bosque à cidade. Sem rumo, é a folha que o motiva a segui-la como se de uma bússola se tratasse. Até a perder. A sensação de solidão avança e a ilustração, com a perspectiva dos espaços que diminuem ainda mais Perdu, acentua o desespero. É também na narrativa visual que o leitor encontra um caminho paralelo de esperança que se reúne ao textual no desenlace. A poética da natureza regressa para selar simbolicamente uma nova união.

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