Onde esconder uma estrela
Oliver Jeffers
Orfeu Negro
Tradução de Rui Lopes
Do novo álbum dedicado ao menino, ao pinguim e à estrela, o leitor avisado não espera outra coisa que não ternura e amizade.
Oliver Jeffers não desilude. A organização dos jogos de escondidas, com a ilustração a desempenhar um papel essencial, é disso a prova. Há entre os três um cuidado e uma atenção ao outro, na sua individualidade, que é comovente. A simplicidade com que gerem a alegria de estarem juntos manifesta-se nos gestos, plasmados nas vinhetas que os descrevem. O aspeto menos conseguido desta história será justamente o final, por ser bastante previsível aos olhos de quem já leu e acedeu a muitas narrativas. Não significa, porém, que não possa surpreender os leitores mais novos, cujas referências são, necessariamente, menos amplas. Por outro lado, a introdução de uma nova personagem e de uma simultaneidade de acontecimentos é de destacar, por contribuir para uma leitura mais desafiante, apoiada pela linguagem explícita que ajuda o leitor na interpretação.
Oliver Jeffers já é um clássico da literatura infantil e do álbum ilustrado. Como todos os autores que criam muito, a obra não tem toda o mesmo nível de excelência. No entanto, nunca os seus livros deixam de ser bons. Este não foge à regra.