
O tanto que devemos a Eduardo Gageiro
Um portfolio para manter na pasta dos favoritos e revisitar com frequência, mantendo a obra de Eduardo Gageiro no lugar presente onde pertence.
Figura cimeira da fotografia e do fotojornalismo, Eduardo Gageiro morreu no passado dia 4 de Junho, aos 90 anos. Tendo começado a fotografar muito cedo, por volta dos 12 anos (com uma máquina de plástico emprestada pelo irmão, como contou em diversas entrevistas), foi autor de uma extensíssima galeria de imagens onde, para além das icónicas fotografias do 25 de Abril, registou momentos e figuras histórias, em Portugal e no estrangeiro, e também inúmeras imagens quotidianas, povoadas de gente anónima, que são um contributo inestimável para conhecermos o país desde os anos 1950 à actualidade: trabalhadores em pleno labor, gente que passeia na rua, paisagens, edifícios, instantâneos de bairros e cidades e um sem número de apontamentos sobre a vida de todos os dias, mas sobretudo a vida daqueles e daquelas que poucas vezes merecem a atenção das objectivas jornalísticas. Para além do tanto que publicou na imprensa, captando momentos-chave da actualidade ano após ano, devemos-lhe também este registo tão atento do que colectivamente somos, mesmo que não sejamos notícia.



No site oficial de Eduardo Gageiro pode ver-se um portfolio do fotógrafo, abarcando várias décadas de trabalho. Muitas dessas imagens estão aí, em livros, jornais e revistas, e são parte integrante do nosso património visual e afectivo, mas deixamos o link para o portfolio de modo a que possamos revisitá-las com frequência, porque nesta era de ecrãs e velocidade, importa não perder de vista aquilo que é essencial.