Gritar pela Palestina
No final de maio, a Fundação José Saramago lançou um manifesto, que já foi assinado por centenas de escritoras e escritores de língua portuguesa, em que se apela a um urgente cessar-fogo na Palestina, à entrada de ajuda humanitária nos territórios ocupados, à libertação de todos os reféns e à resolução política da ocupação no quadro da ONU.
Entre os subscritores do abaixo-assinado estão os vencedores do Prémio Camões Chico Buarque, Silviano Santiago e Mia Couto que se juntam a figuras das letras de Portugal, (Lídia Jorge, José Luis Peixoto, Valter Hugo Mãe, Djaimilia Pereira de Almeida e Ana Margarida de Carvalho), do Brasil (Milton Hatoum, Itamar Vieira Júnior, Ana Martins Marques e Jeferson Tenório), de Cabo Verde (Mário Lúcio) e Angola (José Eduardo Agualusa e Ondjaki). Em outros países, como em França e Inglaterra, escritoras e escritores também se uniram contra a barbárie que está a ser cometida diariamente em Gaza.
Já no início deste mês de junho, personalidades de diversas áreas assinaram uma petição, a ser entregue na Assembleia da República, em que se pede o reconhecimento imediato da Palestina pelo Estado português. No Brasil, personalidades públicas de diversas áreas já se haviam manifestado através de um documento em que se pede que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas e comerciais com Israel.
“O intelectual tem de ser crítico, mas tem de ser crítico não pelo facto de ser intelectual – ou sim, um pouco, porque tem a responsabilidade –, mas sim porque o sentido crítico deveria ser uma coisa feita pelos cidadãos que somos”, disse José Saramago numa entrevista. “O que acontece é que se o escritor se compromente, se o intelectual se compromete, o facto de ser um escritor faz com que a sua intervenção seja mais visível, com que a sua palavra chegue mais à frente, mais longe.”
Milhares de pessoas, em todas as partes do mundo, estão representadas por essas personalidades que estão a usar as suas vozes e o poder que elas têm para gritar: Basta de genocídio, Palestina livre!