Elogio de Fernando Botero
O pintor e escultor colombiano Fernando Botero morreu no passado dia 15 de Setembro, aos 91 anos.
No jornal El País, o jornalista Camilo Sánchez assinou o obituário de Fernando Botero, deixando de lado os elogios fúnebres e convocando a ajuda de alguns especialistas em artes plásticas para iluminarem o percurso do artista. Começa assim: «“Yo no pinto gente gorda”. Sostuvo siempre, rotundo, el pintor Fernando Botero, fallecido hoy a los 91 años en el principado de Mónaco. Una afirmación con una o dos gotas de ironía y sátira, como algunas de las composiciones de su obra. Él prefería explicar su trabajo como una exploración del volumen, en primer término, y de la “sensualidad de la forma” como objetivo.»
Recusando essa generalização simplista que tanta gente fazia da sua obra e das volumosas personagens que nela figuravam, Botero deixou sempre claros os seus caminhos. No artigo, académicos como Ana María Franco ou Christian Padilla ajudam a perceber esse percurso, que passou pela descoberta dos muralistas mexicanos, pela admiração pela composição e figuração clássicas da pintura ocidental ou pelo desenho de um bandolim que, acidentalmente, saiu desproporcional, levando o artista a descobrir uma abordagem à volumetria que acabaria por marcar o trabalho de Botero.