O dia em que a Lua e a Terra se zangaram
David Duff
Noemi Vola
Lilliput
Tradução de Francisca Cortesão
Esse é o ponto de partida para a narrativa: a Terra e a Lua discutem e ficam tão zangadas uma com a outra que a Lua decide partir.
Ao acompanhar a viagem da Lua em busca de um outro lugar para viver, o leitor vai-se deparando com os outros planetas do sistema solar. As expectativas da Lua vão baixando à medida que vai identificando as características dos planetas e do que os rodeia: se são muito quentes ou muito frios, muito pequenos ou muito grandes, se orbitam com muita ou pouca velocidade em volta do sol… A Lua não quer partilhar o seu lugar com outras luas, e há muitas algures no sistema solar.
O texto tem uma estrutura bastante simples e linear, a que subjaz o objetivo de dar informações sobre o tema através de uma ficção. A estratégia não é de todo nova. O que acontece com este álbum é que funciona. As ilustrações remetem para o universo ficcional e imaginário, em que a Lua, mas também as outras personagens, são representadas como seres emocionais, com expressões diversas que manifestam sentimentos. Assim contribuem fortemente para que o leitor sinta empatia pela protagonista. Também as outras figuras que povoam as páginas dão-lhes cor e sugerem movimento e vida. É um espaço animado, este que é proposto ao leitor, simultaneamente informativo e narrativo, sem nenhuma pretensão didática. Uma história simples, leve e que pode ser lida a crianças muito pequenas.