30 anos de um livro intemporal
Em novembro de 1995, há exatamente 30 anos, o romance Ensaio sobre a Cegueira chegava às livrarias de Portugal e do Brasil.
José Saramago usou aproximadamente 100 mil palavras, 15 mil vírgulas e 3 mil pontos finais para construir a história de uma epidemia de cegueira branca. Foram praticamente 4 anos de trabalho. O escritor conta, na entrevista que a Blimunda recupera nesta edição, que nenhum livro o fez sofrer tanto como este.
Traduzido para mais de 40 idiomas e distribuído em mais de 70 países, Ensaio sobre a Cegueira tornou-se um clássico contemporânea. São muitas e variadas as linguagens artísticas usadas para adaptações do romance em todo o mundo: cinema, teatro, bailado, exposições de pintura etc.
Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, o livro apareceu em vários países na lista dos mais vendidos, numa outra demonstração de que se trata de um romance intemporal.
«É o mundo que existe. Não há nada no livro que não possa ser encontrado no mundo real», disse o autor na altura da publicação do Ensaio sobre a Cegueira.
A Fundação José Saramago inaugura neste mês uma exposição bibliográfica sobre os 30 anos de vida do romance. Para além de exemplares do livro publicados em dezenas de países e das várias edições portuguesas e brasileiras, o visitante poderá ver o computador com o qual José Saramago escreveu esta história. Uma máquina que, tal como o romance, continua em perfeito funcionamento 30 anos depois.